domingo, 29 de março de 2009

O que é Patrimônio Cultural?



Patrimônio Cultural é a terminologia substitutiva à de “patrimônio histórico e artístico”, sendo constituído de unidades designadas “bens culturais”. Por sua vez, podemos definir “bem cultural” como sendo toda produção humana, de ordem emocional, intelectual e material, independente de sua origem, época ou aspecto formal, bem como a natureza, que propiciem o conhecimento e a consciência do homem sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeia.
A preservação do patrimônio cultural é vista, hoje, prioritariamente, como uma questão de cidadania e, como tal, interessa a todos por se constituir em direito fundamental do cidadão e esteio para a construção da identidade cultural.
No contexto da cidadania cultural se inscreve o direito a memória histórica.
O direito à memória como direito de cidadania indica que todos devem ter acesso aos bens materiais e imateriais que representam o seu passado, a sua tradição, enfim, a sua história.
A falta desta identidade cultural é fato constatado em Jaú. Uma das causas é a omissão em ensinar aos jauenses suas histórias. Assim a maioria da população desconhece quase que por completo fatos históricos da cidade, não se localizam no tempo e não compreendem o motivo de se preservar casas, casarões e fazendas. Isso explica, em grande parte, as constantes depredações e violações ao patrimônio cultural por parte da própria população. Ela não se vê nos ícones, símbolos e monumentos que foram preservados por uma ação estatal, não se identifica com um passado remoto e com uma memória que não lhe diz respeito.
Acreditamos então que a identidade cultural de um país, estado, cidade ou comunidade se faz com memória individual e coletiva. Somente a partir do momento em que a sociedade resolve preservar e divulgar os seus bens culturais é que se inicia o processo de construção de seu ethos cultural e de sua cidadania.
Nessa perspectiva, o patrimônio cultural se reveste de grande importância para o país por lidar com o substrato da memória que, por sua vez, constitui elemento essencial para a construção da cidadania cultural.
A memória é importante na construção da identidade e da cidadania cultural porque ela faz com que os habitantes percebam, na fisionomia da cidade, sua própria História de vida, suas experiências sociais e lutas cotidianas. A memória é, pois, imprescindível na medida em que esclarece sobre o vínculo entre a sucessão de gerações e o tempo histórico que as acompanha.
Sem isso, a população urbana não tem condições de compreender a história de sua cidade, como seu espaço urbano foi produzido pelos homens através dos tempos, nem a origem do processo que a caracterizou. Sem a memória não se pode situar na própria cidade, pois perde-se o elo afetivo que propicia a relação habitante-cidade, impossibilitando ao morador de se reconhecer enquanto cidadão de direitos e deveres e também como agente da história.

Foto: escultura de anjo em mármore carrara, Cemitério Municipal de Jaú, 2009

domingo, 22 de março de 2009

Igreja de Santo Antônio no Banharão Novo em Jaú


Quando era criança, nas férias íamos de trem até Sumaré (SP). No caminho passávamos pela estação do Banharão. Lembro-me dos prédios comerciais e residenciais que lá existiam, alem é claro da estação. Hoje, além da plataforma e de uma escada, só as ruínas da Igreja de Santo Antônio denunciam que por ali existiu um bairro promissor e importante para a econômia da nossa cidade.

A ganância das usinas de álcool não poupam e não respeitam nada e ninguém. Este é o grande exemplo do "progresso social" que as usinas de álcool patrocinam. Será que a usina precisa tanto dessa pequena área a ponto de por a baixo a nossa história?


Milagrosamente estas ruínas sobrevivem graças ao empenho do senhor Vendramini, neto do doador das terras para a construção da Igreja. Fotos de Julio Cesar Polli em 22 de março de 2009.