sábado, 22 de maio de 2010

História de Jaú através da Arte Cemiterial

Fotos do passeio realizado em agosto de 2009. Em junho, julho e agosto de 2010 faremos novos passeios, informem-se na secretaria de cultura.










Secretaria fará visitas guiadas no cemitério de Jaú


texto de Priscila Donato / foto de Tuca Melges (matéria publicada em 22/05/2010)

A partir de junho, a Secretaria de Cultura e Turismo de Jaú vai promover visitas guiadas ao cemitério municipal, destinadas tanto à população como a turistas. O passeio vai contar um pouco da história da cidade por meio de personagens ali sepultados e tratar da arte cemiterial. O objetivo da iniciativa é fomentar o turismo a partir da valorização e da preservação do patrimônio histórico, aliado a calendário de eventos fixos, explica o secretário da pasta e presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município (Conppac), André Galvão de França.
O historiador Júlio César Polli será o guia das visitas. Ele conta que o passeio será gratuito e, num primeiro momento, terá duração de três meses, com a possibilidade de haver visitas noturnas durante o Julho Cultural. Iniciativas como essa são realizadas em cemitérios europeus e, aqui no Brasil, no Cemitério da Consolação, em São Paulo (veja arte).
Polli afirma que Jaú tem uma história rica, com personagens importantes, o que possibilita a realização de um passeio. “Só têm esse acervo cidades mais antigas, da importância de Jaú, Piracicaba, que se destacaram no ciclo do café, por exemplo.”
Polli conta que a visita percorre túmulos de personagens da história de Jaú, como João Ribeiro de Barros, e revela detalhes, como as tochas presentes na sepultura, que significam purificação. No jazigo de Antonio Pereira do Amaral Carvalho encontra-se uma coruja, símbolo da inteligência, e na capela art déco de José Veríssimo Romão, uma construção moderna – as capelas costumavam ter estilo gótico –, foram colocadas palmas, que simbolizam a ressurreição. O passeio também mostra, entre outras curiosidades e simbologias, o mármore de Carrara do túmulo de Tereza de Assis Bueno, as colunas do jazigo do Major Prado, símbolo da solidez social.
“Acredito que com esse tipo de iniciativa vamos embutir na população o potencial turístico que temos. Infelizmente, ainda não existe mentalidade de turismo em Jaú”, diz o historiador.

Matriz

Em 2007, Polli integrou projeto piloto para desenvolver passeios turísticos na Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio. Ele conta que guiou várias escolas e grupos de terceira idade, mas turistas somente uma vez. “Hoje, fazemos as visitas quando são formados grupos. É uma pena porque a igreja é um atrativo turístico, um produto que Jaú precisa vender. Mas os próprios jauenses não conhecem a história da matriz”, comenta.
O secretário de Cultura lembra que o Plano de Turismo de Jaú fez levantamento que mostra que mais de 80% das pessoas que vêm à cidade têm o turismo histórico e cultural como objeto de interesse. “Temos de trabalhar esse potencial do patrimônio histórico”, diz.
O diretor do museu municipal, Guilherme Eduardo Almeida Prado de Castro Valente, conta que a preocupação com a preservação do patrimônio em Jaú data da década de 80, na administração do prefeito Alfeu Fabris. Valente diz que a cidade dispõe de meios para preservar, mas falta um projeto de educação, para que a população se aproprie do patrimônio histórico. “Mas isso vai ser feito. Um projeto das Secretarias de Cultura e de Educação, no segundo semestre, vai colocar no programa das crianças do 4º ano a educação patrimonial.”

(*) agradecimentos especiais ao Comércio do Jahu, jornalista Priscila Donato e ao fotografo Tuca Melges

sexta-feira, 21 de maio de 2010

1ª Semana de Patrimônio Histórico de Jahu


Tive a honra de abrir no dia 17 de maio de 2010 no Museu Municipal a 1ª Semana de Patrimônio Histórico de Jahu substituindo a Historiadora e Museóloga Juliana Alkimin que não pode participar por motivos particulares. Utilizando a mesma temática Patrimônio Cultural e Turismo apresentei para os presentes meu trabalho sobre Arte Cemiterial.

Arte Cemiterial, tumular ou funerária são termos usados para designar obras feitas para permanecerem em cima das sepulturas nos cemitérios e igrejas. É uma forma de representação que está ligada à cosmovisão de determinado contexto histórico, ideológico, social e econômico, interpretando a vida e a morte. Essa interpretação pode ser feita através de um conjunto de símbolos ou de uma obra narrativa. Em Jahu temos ambas narrativas no Cemitério Municipal Ana Paula de Rosa inaugurado em 1895.

O ideal de vida da elite jauense era a imitação dos hábitos europeus da arquitetura, moda, festas, convenções e também dos sepultamentos e ornamento dos túmulos. Acreditava-se que esse pensamento conferia à sociedade jauense o ar cosmopolita, moderno e intelectual esmeradamente almejado.

Assim, esses túmulos são mais que simples sepulturas, são parte integrantes do Patrimônio Cultural Jauense.

Cemitérios fazem parte do roteiro turístico em diversas regiões do mundo, como por exemplo, o Père-Lachaise, em Paris, na França, o Recoleta, em Buenos Aires, na Argentina, e o da Consolação em São Paulo. Valorizando e exaltando a preservação desse imenso patrimônio público que ficaram conhecidos como "museus ao céu aberto" aproveitei a oportunidade para lançar oficialmente o passeio turístico que farei junto com a Secretaria de Cultura e Turismo nos meses de junho, julho e agosto.

Os passeios farão parte do Julho Cultural e nesta ocasião poderão ocorrer a noite.

Agendamentos podem ser feitos na Secretaria de Cultura e Turismo com o Milton pelo fone (14) 36 02 47 77.