quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Matéria produzida pela TV Câmara de Jahu sobre o 1º Sarau Arte Cemiterial de Jahu


Agradecimentos especiais a Vera e ao Beto Frassão

Conheça também o projeto "primo irmão" do nossa Sarau, aquele que inspirou nosso trabalho, o Sarau Noturno de Bagé (RS) da querida Clarisse Ismério

Mais de três anos de sucesso. O primeiro do Brasil.

sábado, 3 de dezembro de 2011

1º Sarau Arte Cemiterial de Jahu - Projeto Arte Cemiterial de Jahu (SP)

Foto Fernão Prado


Sarau é uma reunião de pessoas onde ouve-se música, filosofa-se e faz-se poesia. É uma reunião de amigos que gostam da cultura, arte e da história. Planejamos a semelhança do belo trabalho Sarau Noturno, da cidade de Bagé (RS) onde a Profª Drª Clarisse Ismério o desenvolve com tanto amor, o 1º Sarau Arte Cemiterial de Jahu (SP) no dia 02 de dezembro de 2011. O Sarau fez parte da programação da Primeira Jornada do Patrimônio de Jahu: Educação e Pesquisa realizado pela Secretaria de Cultura e Turismo de Jahu entre os dias 17 de novembro à 8 de dezembro de 2011. Um iniciativa muito boa para fomentar discussões e aprendizados.  


O Sarau Arte Cemiterial é fruto do projeto Arte Cemiterial de Jahu, que promove passeios histórico culturais permanentes deste maio de 2010 no cemitério municipal Ana Rosa de Paula (inaugurado em 1894). Ocorrem passeios noturnos desde 23 de julho de 2010 onde a cidade passou a ser a única cidade do Brasil a realizar passeios nestes horários. 

É a Secretaria de Cultura e Turismo de Jahu que promove o projeto Arte Cemiterial de Jahu, coordenado e idealizado por Julio Polli. 


O Sarau em Jahu foi um sonho que a Jaci Toffano sonhou junto comigo desde o dia do nosso primeiro encontro. Trouxe alem da linda música as magnificas apresentações do coral e performance de dança. 


O Programa

Heitor Villa-Lobos - Impressões Seresteiras
J.S.Bach - Concerto Italiano (Adagio)
Heitor Villa-Lobos - Bachiana nº5 (Adapatação Jaci Toffano) - é o vídeo acima
Va Pensiero - Giuseppe Verdi

A segunda parte consistiu em um passeio noturno ao cemitério tendo como companhia um grupo teatral que com maestria conduziu a platéia a reflexão filosófica de alguns personagens da história local, muito sentimental. Logo após o silêncio que reinava a História era descrita assim como alguns significados da simbologia da arte cemiterial. 


O público foi bom, gostaram. Acredito que estamos conseguindo atingir os objetivos dentre os mais importantes a preservação patrimonial e das memorias através da Arte Cemiterial. 


Luli Lima - foto Paulo Destro






Flores - Foto Julio Polli

Estudando o palco... - Foto Julio Polli

Jaci Toffano em momento de crianção ao fundo o João Castro - Foto Julio Polli




A pianista Jaci Toffano e sua filha Luli Lima ensaiam - foto Julio Polli




A cantora Celeste Baccarin - Foto Julio Polli

Luli Lima - Foto Julio Polli


Luli Lima - Foto Julio Polli


Luli Lima - Foto Julio Polli









sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Cemitérios Paulistas - Cemitério Municipal de Assis (SP)

Apesar do blog ser direcionado e dedicado a História de Jahu e sua arte cemiterial será vantajoso o estudo comparativo com outros cemitérios. Verificaremos se existem padrões estéticos. 
Assis (SP) é uma cidade mais nova que Jahu. 
Detalhe de grafite no muro do cemitério de Assis
Fundação de Assis - 1º de julho de 1905.
Em 1º de julho de 1905 o Capitão Francisco de Acis Nogueira efetivou a doação de 80 alqueires de terras de lavrado à igreja, para patrimônio de uma Capela, sob a tríplice evocação do Sagrado Coração de Jesus, de São Francisco de Assis e da Obra – Pio do Pão de Santo Antonio (Fundação de Acis).
Em torno da Capela, foram surgindo as primeiras casas do povoado, que pertenciam a jurisdição do município de Campos Novos do Paranapanema (atual Campos Novos Paulista).
O desenvolvimento do povoado foi devido exclusivamente, ao avanço dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, que chegaram ao povoado de Acis em 1914. Em 1915, pela Lei Estadual nº 1.496, de 30 de dezembro de 1915, o povoado foi elevado a Distrito de Paz. Dois anos depois, foi criado o Município de Acis pela Lei Estadual nº 1.581 de 20 de dezembro de 1917.
Em 6 de abril de 1918, os vereadores elegeram o primeiro prefeito: João Teixeira de Camargo. Em 8 de abril de 1918, foi aprovado o Regimento Interno da Câmara e adotado o Código de Posturas Municipais de Itatiba, para o município de Acis. A estrada de Ferro Sorocabana foi a responsável pela rápida escalada de Acis, que já em 20 de Março de 1918 passou à sede de comarca. Também abriu caminho para chegada do café, tornando Acis o ponto de convergência de toda a região e base de operação para a colonização do Paraná.
Origem do nome

O nome Assis, o qual a cidade é conhecida hoje, era originalmente Acis e foi batizada assim em homenagem ao fundador do município: Capitão Francisco de Acis Nogueira.O nome foi adaptado anos depois pelos próprios moradores que o escreviam Acis com dois 's'.
Fonte - http://pt.wikipedia.org/wiki/Assis

Na arte cemiterial podemos verificar

Ramos de palma - muitas sepulturas semelhantes a estas ostentavam o símbolo da ressurreição.


A última morada - presença de muitas casas no cemitério, muitas delas com varandas abertas. Construção moderna


Vista panorâmica - entre os túmulos não há calçamento.
Estátua em mármore carrara.
Um símbolo da maçonaria, existem muitos compassos em vários túmulos logo na entrada do cemitério.
Uma obra moderna e uma clássica lado a lado
Detalhe das "mãos"


Aperto de mãos: O aperto de mãos significa união; ou matrimônio entre o falecido e seu cônjuge. Neste caso, uma mão masculina está associada a uma mão feminina (o punho das mangas distinguem os sexos) guiando a outra para o céu.

Arte em cimento
ossuário
capela
Anjo da Anunciação - o anjo "corneteiro"
arte em bronze - artista desconhecido

grafite no muro do cemitério


Abaixo matéria da TV TEM sobre a retirada dos grafites e o protesto gerados  - 



Existem alguns túmulos em mármore carrara, não muitos. Símbolos cemiteriais com maior presença são os ramos de palmas com as cruzes. A diferença de Jahu este cemitério possui muitos túmulos com símbolos maçons. Também existe neste cemitério o seu santo ou beato local, aqui o Monsenhor David. 

interior da capela feita em homenagem a Monsenhor David

sala anexa onde os artefatos são deixados como agradecimento


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Educação patrimonial de Jahu - 2011

Para ajudar os professores que estão trabalhando as questões arquitetônicas e históricas das construções jauenses aqui algumas informações colhidas de amigos e colaboradores jauenses.

1º - Santa Casa de Misericórdia de Jahu em 1906






...e a 2ª edificação no mesmo lugar em 1934 com o aspecto atual.



(agradecimentos ao Paulo Campana pelas fotos)

2º Casa na Rua Major Prado esquina com a Visconde do Rio Branco


Informações dadas por Cândido Galvão de França :

Antes de Afonso de Moraes Alves (Afonsinho) lá residia Benedito de Paula de Almeida Prado, casado com Antonieta Botelho de Almeida Prado, avós de Pio, Antonieta, Chico Pio e João Pio de Almeida Prado. Na casa vizinha, na Major Prado, morava Marcelo de Almeida Prado, filho do Senador Vicente Prado, casado com Carolina de Almeida Prado (Tia Nhazinha, irmã de minha avó Cotinha - Maria Conceição)

Informações dadas por Guilherme Valente:

A casa, projeto de Álvaro Carlos de Arruda Botelho, foi construída na década de 1920 pelo Coronel Francisco de Paula A. Prado, filho do Major Prado. Ele era casado com Francisca E. de A. Prado, filha d o Tenente Lourenço de A. Prado. O Cel . Paula Prado fundou junto com o pai a companhia Agrícola Paula Prado em 1891, foi sócio fundador do Banco Melhoramentos, trouxe em conjunto com amigos o colégio dos Padres para Jaú e foi o primeiro presidente do Jahu Clube. Depois da morte do Cel. Paula Prado na década de 1930, a casa ficou para o filho Benedicto de Paula A. Prado e sua esposa Antonieta de A. Botelho A. Prado. Nesta casa a filha do casal , Maria Cecília Botelho de A. Prado casou, e nasceram os 4 netos de Benedito. E também foi onde a neta de Benedicto se casou.O interessante é que o Cel. Paula Prado antes de construir esta casa, construiu a casa ao lado, vendida posteriormente para seu irmão Major Marcelo de A. Prado. Após a morte de Benedicto de A. Prado em 1963, a casa foi vendida para Afonso de Moraes Alves. A viúva Antonieta comprou a casa do Major Marcelo e faleceu lá em 1969. Atualmente esta casa pertence ao Sr. Laurindo Marques.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Arte Cemiterial de Jaú, cultura e turismo com educação patrimonial

A Arte Cemiterial em Jaú só foi possível pela riqueza do café. Jaú foi a maior embarcadora de café de São Paulo quando o estado era o maior produtor mundial da rubinácea. Impregnado do pensamento positivista de valorização dos feitos heroicos e patrióticos os monumentos foram construídos para admiração. Sua leitura permite interpretar a vida e a morte destas pessoas. Este cemitério foi o terceiro construído na cidade em outubro de 1894 dentro da concepção higienista. A arquitetura é eclética de predominância neo-gótica mas encontramos elementos em Art Decot e Art Noveau. Cheio de curiosidades, rica em fatos e personagens o estudo do cemitério jauense é uma rica aula de História e Arte. Atualmente somente quatro cidades paulistas fazem passeios turísticos em cemitérios: o da Consolação na capital paulista, o de Guarulhos, o de Piracicaba e o de Jaú. Passeios noturnos só ocorrem aqui no Brasil. Na América Latina, depois de Jaú, somente Chile e Colômbia fazem passeios noturnos.


Vista panorâmica da área antiga do cemitério de Jaú - 2011


Um típico "habitante" da necrópole jauense


Foto da cadela "Lalis", única foto de animal no cemitério.


Estátua "Saudade" - obra do famoso escultor ítalo-brasileiro Eugênio Prati...


...que adorna o túmulo de Vitor Cesarino.


Detalhe do túmulo dos Heróis Constitucionalistas de 1932. Traços do modernismo. 


Estátua de Maria de Roque De Mingo - quatorze estátuas catalogadas no cemitério jauense.


Busto esculpido pelo artista jauense Agnelo Lourenzão



Túmulo mais antigo em pé no cemitério - reserva especial nº 6 ...


...de Dona Leonor de Almeida Prado, uma das pioneiras da família Almeida Prado que aqui chegaram em 1858. Faleceu em 1895. Foi casada com Francisco de Assis Bueno


Orozimbo Loureiro, importante político local, os ramos de café em sua sepultura demonstram o status.


O famoso túmulo da "noiva" - estátua em mármore carrara pertencente a família Toledo de Arruda também chama-se "Saudade" e foi encomendada na Europa. Pedidos de casamento são feitos neste túmulo.


São Miguel da Virgem Dolorosa e a famosa "Caveirinha", que segundo a crença local atende os pedidos daqueles que enfiam os dois dedos nas cavidades oculares da caveira. 


Coluna quebrada simboliza a morte de um jovem...


...neste caso o do jovem João Cantarelli Netto, falecido em 25-12-1918 vitimado pela gripe espanhola.


Outra curiosidade no cemitério são estas duas estátuas de costas uma para a outra. Um anjo masculino e outro feminino que abrigam a mesma pessoa...


...Annita Toledo esta neste túmulo...


...e seu nome consta neste outro também.


"Per Crucem ad Lucem" - Pela Cruz se chega a Luz. A utilização do latim era comum no início do século passado no ornamentos mortuários. 

O túmulo acima pertence ao casal Alvaro Carlos de Arruda Botelho e Maria de Andrade Egas Botelho.



Única lápide escrita em inglês no cemitério de Jaú, pertence a Robert Curwen Brooke, falecido em 1921 Pesquisando sobre quem foi este inglês, no obituário encontramos: nome - Roberto Brooke (era comum aportuguesar o nome dos estrangeiros); profissão - "empregado" (hum, não ajudou muito); nacionalidade - "Ingraterra" (o único inglês morto em nosso cemitério é um "ingres") e por fim; motivo do óbito - "firmento por arma de fogo". Em 1921 menos de 50% da população sabia ler e escrever. Neste caso o letrado que trabalhava no cemitério escreveu como ele falava, ou seja em bom "caipires" eta.


Túmulo do primeiro jauense a se formar em medicina, Dr. Antonio Pereira do Amaral Carvalho. Hoje o Hospital Amaral Carvalho é reverencia internacional em tratamento do câncer. As corujas simbolizam a ciência e a sabedoria.


Epitáfio no túmulo do quarto prefeito de Jaú, Dr. João Costa, em português arcaico.


Túmulo do herói nacional, Comandante João Ribeiro de Barros...


... no detalhe da obra feita por Roque de Mingo, a esquerda de Jesus Cristo temos os ramos de palma, que simbolizam a ressurreição, a direita ramos de café, alusão a riqueza da família. Na altura das orelhas de Cristo as palavras em latim "Ecce Homo", Eis o Homem, palavras ditas por Pilatos ao apresentar Jesus a multidão em seu julgamento. É utilizado este dizer em túmulos de heróis...


...pois o Comandante João Ribeiro de Barros foi o primeiro americano a atravessar o Atlântico num voo sem escalas em 28 de abril de 1927.


Agradecimentos a Primo Carbonari do Amplavisão.


Foto mortuária no túmulo de Regina Iolanda Perlati - costume da época - única foto deste gênero na necrópole jauense.




Túmulo do Dr. Julio Speranza, primeiro médico a erradicar-se em Jaú em fins do século XIX...


... e provavelmente o primeiro italiano em Jaú. 


Capela do Criolando...


...ou Coriolando Rodrigues. Criolando como era mais conhecido tinha a premonição de saber quando uma pessoa acabava de falecer na cidade. Era portador de leve deficiência mental, figura dócil, andava com seu cavalo de pau por toda a cidade até ser avisado por um anjo que segundo seu próprio relato indicava a residência do recém falecido. Levava flores para a família.


Vídeo sobre a História do Criolando