quarta-feira, 13 de junho de 2012

Educação Patrimonial de Jahu - descrição arquitetônica e história de alguns bens culturais da cidade de 159 anos.





1 – Casa do Major Prado – Rua Major Prado, 564

- Arquitetura
É uma casa muito importante para o patrimônio histórico e arquitetônico da cidade. Seu estilo é eclético, com forte influência neoclássica.  

Sua distribuição no lote é tradicional – a velha casa com porta central que dá para a rua e distribui a dois cômodos principais. Na fachada, chama a atenção os frisos com características do neoclassicismo, e as janelas que tem motivos nos vidros desenhos tipicamente “art noveau”, com excesso de cursas. A casa mantém apenas a fachada preservada seu fundo foi inteiramente reformado abrigando hoje a Casa Paroquial da Matriz Nossa Senhora do Patrocínio.


2 – Casa de Constantino Fraga – Rua Campos Salles, 183

- Arquitetura
Uma construção muito rara, das mais antigas mantidas na cidade. No Museu Municipal há uma foto de 1888 onde ela já aparece imponente, com sua influência européia. Embora dentro do ecletismo é uma edificação tipicamente de países alpinos – um chalezinho com telhado muito inclinado. Casas como essa podem ser encontradas ainda no Rio de Janeiro, mas são raras. Atualmente o prédio encontra-se sem utilização. 



3 – Casa de Edgard Ferraz – Rua Edgard Ferraz, 547

- Arquitetura
Construção de arquitetura eclética de predominância neoclássica, construída na primeira década do século XX. Na janela central existe uma pequena sacada onde é possível observar dois suportes para mastros de bandeiras.



4 – Casa de Osório Ribeiro de Barros Neves – Rua Edgard Ferraz, 579

- Arquitetura
O casarão sofreu algumas alterações durante sua existência, sendo substituído o alpendre de ferro e vidro  pela atual de cimento. Como quase todas as casas do centro histórico é uma construção de arquitetura eclética do início do século XX.


5 – Antiga agência do Banco do Brasil – Rua Amaral Gurgel, 387

- Arquitetura
Seu estilo é clássico, com influência neoclássica. Originalmente possuía um “torreão” – espécie de torre ou cúpula no alto do edifício – utilizado para destacar os prédios de esquina. Ressalta-se ainda como riquezas do prédio as colunas em capitel compósito, um arremate heterogêneo que mistura o jônico e o coríntio – tem as colunas embebidas em parede e a bossagem imitando pedra em sua parte inferior. É um prédio com decoração contida, muito aristocrática.



6 – Jahu Clube – Rua Amaral Gurgel, 298

- Arquitetura
O prédio que destaca-se pela sua imponência traz o estilo neoclássico com forte influência inglesa.
 A influência européia da construção pode ser constatada pela localização do prédio, na esquina, e pelas “mansardas” – o último andar de uma edificação, formado pela inclinação inferior do telhado. São as janelinhas que se pode observar no alto do edifício, típicas de países frios, onde os telhados são muito inclinados, e sua parte superior, na Europa, era usada como local de moradia dos empregados. A decoração entre as janelas e os frontões triangulares sobre elas lembram muito o neoclássico. 



7- Coreto da Praça da República, centro

- Arquitetura/História – por Ricardo Dal’bó
Jardim de Baixo, como ficou popularmente conhecida a Praça da República, pelo fato de haver a Praça Siqueira Campos acima, o Jardim de Cima. Originalmente projetada em 24 de dezembro de 1910 pelo engenheiro paulistano José Ribeiro da Silva, fez parte das obras de saneamento e criação do novo código de posturas para as construções, implantados pelo então prefeito municipal, Constantino Fraga.
A praça da República segue em suas formas o modelo de jardim francês, seu desenho remete a forma de um peixe, fazendo referência ao Jahu, tem coreto central, alamedas ladrilhadas e ladeadas com bordas de tijolos que conduzem as águas para um bem elaborado sistema de galerias pluviais, há um repuxo em forma de flor com jardineiras ao redor e várias espécies de árvores e plantas ornamentais. E é a única da cidade que mantém o traçado, elementos estéticos e materiais empregados na construção ainda originais, sendo que com o decorrer dos anos poucas e pontuais intervenções ocorreram e não chegam a ofuscar sua “grandiosidade singela”.


8 – Grupo Escolar Pádua Salles

A escola inaugurada em 1902 é a primeira escola pública de Jahu. Teve como engenheiro arquiteto responsável Euclides da Cunha.


(OBS: as descrições arquitetônicas dos edifícios foram feitas por Juliano Ghigardello / Matéria em construção)  




segunda-feira, 23 de abril de 2012

Festa de São Frei Galvão em Jahu - 06 de maio de 2012

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão - São Frei Galvão (1739 - 1822) 
Festa Tradicional do Santo Frei Galvão de Jahu
Data: 06 de maio de 2012 (domingo)
Local : Santuário Santo Frei Galvão (Condomínio Parque Frei Galvão)

Programação

7h - Procissão com saída do cemitério de Potunduva

9h - Grande inauguração do turismo Náutico/Religioso
        Solenidade
        Banda Carlos Gomes - Talentos em Movimento
        Apresentação do Navio Turístico

10h - Missa Campal

Atrações:

Praça de alimentação (churrasco, lanches, macarrão, pasteis, doces, chopp)
Shows sertanejos
Apresentação Off Road (Equipe Trilheiros de Jahu)

Realização
Prefeitura Municipal de Jahu
Secretaria de Cultura e Turismo
Condomínio Parque Frei Galvão


Histórias...

Ainda hoje é possível verificar nas rodovias as chamadas capelinhas ou santa cruzes, locais que marcam  acidentes com vítimas fatais, seja por automóveis ou atropelados. Nas zonas rurais é possível verificar as mesmas capelas, antigas e  maiores, locais que marcam também a ocorrência de algo  trágico,  muitos destes tocaias e acidentes com cobras e outros animais.
Uma certa Santa Cruz a beira do Rio Tietê em Potunduva ostenta além de uma tragédia uma lenda que a tornou alvo de peregrinações até os dias atuais. As peregrinações a este local fez com que os fiéis erguessem uma capela dedicada ao Frei Galvão. Das peregrinações nasceu a tradicional Festa de Frei Galvão realizada no primeiro domingo de maio no Santuário onde são distribuídas as famosas pílulas de Frei Galvão. Registrada  em 1901 pelo memorialista jauense Sebastião Teixeira a narrativa da morte de Manoel Portes marca o início desta História onde Frei Galvão realizara seu primeiro milagre, a bilocação. A canonização ocorrida em 08 de abril de 1997 pelo Papa João Paulo II  transformou Frei Galvão no primeiro santo brasileiro atraindo deste então maiores públicos ao Santuário, principalmente para a grande festa ocorrida no primeiro domingo de maio. Fieis e turistas celebram a  festa no santuário construído próximo da capela antiga – encoberta nos anos 60 pelas barragens do rio Tietê.  


Gravura que consta no livro "O Jahú em 1900"

Assim nos narra Sebastião Teixeira em seu livro "O Jahú em 1900" sobre a lenda de Manoel Portes:

"Sobre o misterioso fato de que esta lacônica inscrição nos dá notícia à tradição refere a seguinte lenda:
Manoel Portes, tendo desastradamente recebido profundo golpe de faca, quando com esta picava o mato, recolhera-se a barraca que armara e alguns passos do rio Tiete, sofrendo grande hemorragia. 
Sentindo a aproximação da morte manifestara ardente desejo de se confessar com Frei Antonio Galvão, virtuoso ministro de Cristo, que achava-se em São Paulo, afim de receber o perdão e tranquilamente entregar a alma a Deus. Momentos depois enorme tufão se forma e Manoel Portes sente o seu espírito comunicar-se ao de Frei Galvão.
- Retirem-se que vou confessar-me, disse aos seus companheiros: Frei Galvão esta diante de mim!
(...)
Acrescenta a lenda que no momento em que o espírito de Frei Galvão fora invocado estava ele predicando a numeroso e fiel auditório na Sé de São Paulo e que interrompendo-se bruscamente dissera que um moribundo o chamava em longínquo e ínvio sertão para consigo confessar-se e ele ia; que os seus ouvintes o esperassem por alguns momentos e orassem pelo moribundo. Ajoelhara-se em seguida e com a cabeça pendida ao peito parecia dormir. Passados alguns minutos retomara a sua posição de orador, comunicara ao auditório que havia cumprido sua missão e continuara a predicação..."


Versões mais recentes (José Fernandes em Vultos e Fatos da História de Jahu, 1953) e os que pesquisaram nele relatam que Manoel Portes era monçoeiro e fora ferido gravemente por um de seus serviçais revoltado com uma ordem brusca que lhe dera. Golpeado é acudido pelos seus companheiros enquanto que o assassino foge. Neste momento agonizante chama por Frei Galvão, que lhe era conhecido de Guaratinguetá, para que este viesse em seu socorro escutando-lhe a última confissão.

Assim relata José Braga (História de Jahu, p.7)

“No exatao momento em que é chamado, Frei Galvão pregava a um grupo de fiéis na cidade de Itu. De repente, ele intenrrompe seu sermão e fala: “Alguém em um lugar distante necessita de meu socorro espiritual e clama pela minha presença. Rezem pela salvação de sua alma”. Após falar isso, permaneceu alguns minutos ajoelhado. Ao mesmo tempo, surgiu no meio da mata, em Potunduva, a figura de um franciscano, na qual reconheceram Frei Galvão. Diriguiu-se  até onde Portes estava e amparou sua cabeça em seu colo. Logo em seguida, Frei Galvão desaparece dentro da mata anes de Manoel Portes morrer. Em Itu, no mesmo momento, Frei Galvão ajoelhado quebra o silêncio e afirma: “Já cumpri minha missão”. E prosseguiu seu sernão exatamente onde tinha parado".

Antiga Capela (2ª Construção de 1948 submersa nos anos 60 pelas comportas do Rio Tietê


Como que se chama esse negócio de estar ao mesmo tempo em dois lugares? Bilocação!

Bilocação


segundo o site da Canção Nova...


"Pelo que consta, o fato ocorreu por volta de 1810, às margens do rio Tietê, no distrito de Potunduva (Airosa Galvão) municipio de Jaú, próximo à Pederneiras e Bauru. Manuel Portes, capataz de uma expedição de vinha de Cuiabá, homem de temperamento instável, castigou severamente o caboclo Apolinário por indisciplina. Ao notar o capataz distraído, o caboclo, por vingança, o atacou pelas costas com um enorme facão, e fugiu. 

Sentindo que a vida abandonava-lhe o corpo, Manuel Portes, no auge de desespero pôs-se a gritar: “Meu Deus, eu morro sem confissão! Senhor Santo Antônio, pedi por mim! Dai-me confessor! Vinde, Frei Galvão, assistir-me! Eis que então alguém gritou, avisando que um frade se aproximava, e todos identificaram Frei Galvão. Assim contaram as testemunhas: “aproximou-se o querido sacerdote, afastou com um gesto dos espectadores da trágica cena, abaixou-se, sentou-se, pôs a cabeça de Portes sobre o colo e falou-lhe em voz baixa, encostando-lhe depois o ouvido aos lábios. 

Ficou assim alguns instantes, findo os quais abençoou o expirante. Levantou-se, então, fez um gesto de adeus e afastou-se de modo tão misterioso quanto aparecera”. Afirma-se que naquele instante Frei Galvão encontrava-se em São Paulo, pregando. Interrompeu-se, pediu uma Ave-Maria por um morimbundo e, acabada a oração, prosseguiu a pregação" 


(Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=243712)


Antônio de Sant'Anna Galvão, o Frei Galvão é padroeiro dos arquitetos e dos engenheiros 

sexta-feira, 30 de março de 2012

Cemitério de Jahu e sua Arte Cemiterial por Julio Polli - março/2012

Cemitério de Jahu - inaugurado em outubro de 1894.


Dia 27 fui ao Cemitério e fiz um ensaio para futuro material didático. O resultado é este vídeo tendo como fundo musical a Marcha Fúnebre de Bach.

quarta-feira, 28 de março de 2012

A Cidade de Jahú - Garnier Film - década de 40

Filmado pela Garnier Film de São Paulo, com fotografia de José Carrari, o filme mostra aspectos econômicos, sociais e políticos da cidade de Jahu, interior de São Paulo no começo dos anos 40.


Editado por Julio Polli em 27 de março de 2012 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A História dos Poli - de Gênova para Jahu - 1897

"Trentasei giorni di macchina e vapore, e nella Merica noi siamo arrivá" - Canção do folclore italiano

Em homenagem as muitas famílias italianas que se radicaram em Jahu (SP) em fins do século XIX e no início do século XX atraídos pelo café, escrevo a História da minha família, a família Poli, ou Polli. Nas duas formas de se escrever nosso sobrenome (com um "L" e com dois "LL) já um fato histórico comum na época -  desdenho ou incompetência em verificar na hora do registro se o nome estava escrito corretamente.  Não é o caso do sobrenome da minha família, mas alguns sobrenomes sofreram "aportuguesamento" como Croce - Cruz, Contatore - Contador. 
Os primeiros Polis da minha família que chegaram ao Brasil foram meu trisavô Giovanni Battista Poli, com 38 anos de idade (registrado como GIO BATTA POLI na Hospedaria do Imigrante do Brás), sua esposa Cristiana Riane, com 30 anos (não consta o sobrenome da minha trisavó no livro de registro da Hospedaria) e seus dois filhos, Pietro com 3 e Ernesto com 2 anos, meu bisavô. Desembarcaram no dia 08 de outubro de 1897 vindos de Gênova com o vapor São Gottardo com destino a Jahu - já contratados pelo fazendeiro João Bentóca. 



O vapor San Gottardo foi construído por G. Ansaldo & Co, Sampierdarena em 1884 para Dufour & Bruzzo, Gênova. Ele tinha 2.532 toneladas, dois mastros e fazia uma velocidade de 10 nós. Havia acomodação para 30 passageiros de 1ª classe e 1.290 passageiros de 3ª classe. Lançado em maio de 1884, deixou Gênova rumo ao Brasil e à Argentina no mesmo mês. 
Uma viagem de navio naquela época era uma empreitada dura. As condições dos navios eram precárias, o calor, o excesso de passageiros e as condições de higiene favoreciam o aumento de doenças. Aos emigrantes era destinada a cuccetta - espaço muito estreito - uma espécie de dormitório coletivo. Nele havia beliches com colchões de crina, travesseiros e cobertores de lã, que muitas vezes tinha parasitas e piolhos. Mas nem tudo era sofrimento. Festas e jogos animavam os passageiros e os ajudavam a suportar as dificuldades. Assim, depois de 20 a 30 dias de viagem, chegavam ao Brasil, onde se iniciava outra viagem, dessa vez rumo ao futuro incerto das cidades e fazendas.

Texto Francisco Braido 


Foram registrados no livro 60, página 86, família nº 40260. 

Giovanni Battista Poli e Critiana Reani tiveram mais filhos no Brasil - Ítalo Poli e Ítala Poli (gêmeos), Erina e Virginia. 

Irina Poli


Virgínia Poli 
Pietro Poli (Pedro Poli)



Ítala Poli em 1934 com seu esposo 
Ítalo Poli 

Meu bisavô Ernesto Poli (eu tenho uma foto dele que precisa ser digitalizada) casou-se com Paula Buscarquini cujos filhos gerados foram na sequência - Bia de Almeida, Libero Polli - meu avô, Idalina Poli, Clarice Poli, Paschoal Poli e Antonio Poli.  Ernesto Poli trabalhou como agricultor na Fazenda Morro Vermelho e em determinado ano juntou as tralhas e foi para a capital São Paulo, ficando em Jahu apenas meu avô Libero Polli. 

Libero Polli casou-se com Elisa Fávero e tiveram os seguintes filhos - Antonio Poli, Maria Aparecida Poli, Clarice Poli, Lúcia Poli, Laurindo Polli - meu pai, Idalina Polli, Maria Eloiza Polli, Carlos Polli, Terezinha Polli, Amélia Polli, Luiz Roberto Polli e João Gilberto Polli. 


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A origem do nome da cidade de Jahu (SP)

Afinal quem emprestou o nome ao município na sua fundação em 1853? O peixe ou o rio?


Em seu “Vultos e Fatos da História de Jaú”, (1954) José Fernandes menciona uma indicação: Por proposta da Câmara Municipal de Araraquara, em 16 de janeiro de 1847, passa ele (o rio Jaú) neste tempo a constituir parte das divisas entre aquele município e o de Brotas. Deve ser esta a sua menção oficial mais antiga.
Em outro trecho Fernandes nos relata que em 29 de março de 1852 o vigário de Brotas informava ao Presidente da Província que na sua Freguesia, além da Igreja da sede, que era a Matriz, havia em outra Capela no lugar denominado Jaú, nas margens do Tietê”.
Por estes fragmentos de texto em 1847 o rio já chamava-se Jahu em  outro  isso registra uma data para a primeira capela (1852) e menciona este lugar como Jahu.
O “Jahú em 1900” de Sebastião Teixeira narra a celebre reunião ocorrida em meados de 1853 realizada na casa de Lucio de Arruda Leme onde deliberaram sobre a fundação do povoado escolhendo uma comissão para este fim. Foram escolhidos Bento Manoel de Moraes Navarro, tenente Manoel Joaquim Lopes, capitão José Ribeiro de Camargo e Francisco Gomes Botão, todos ligados ao partido liberal. Por proposta de Bento Manoel de Moraes Navarro, Nossa Senhora do Patrocínio foi indicada como padroeira da cidade. Encomendou uma imagem em Itu, e como ficasse a margem do Ribeirão Jaú, recebeu a denominação de Nossa Senhora do Patrocínio do Jahú.
Segundo Sebastião Teixeira existiriam duas versões para o nome Jaú (Jahú na época/ 1900).
A primeira versão para a origem do nome seria o fato que em certa ocasião a cheia do rio trouxe um cardume de peixes, dentre eles um Jahu. Tendo sido ali encontrado ainda vivo, os seus descobridores perpetuaram a lembrança do fato dando seu nome ao Ribeirão. A segunda versão diz que os bandeirantes pernoitando na foz do dito ribeirão, no Rio Tietê, ali pescaram um Jaú, ficando esse lugar conhecido pela denominação de Barra do Ribeirão do Jaú, que foi modificado para Ribeirão do Jaú.
José Fernandes, no Vultos e Fatos da História de Jahu, conta-nos que Jaú é o nome de um dos maiores peixes de água doce; é de couro e da mesma família do Piracumbucu ou pintado. Em certo comentário sobre uma foto do desfile do 1° Centenário, Fernandes descreve: “(...) este enorme peixe constitui o carro alegórico evocativo das origens do nome do rio que banha o município e a cidade que tirou a designação já secular”.
No Brasão Jauense, instituído pela lei municipal 77 de 13 de maio de 1949, Roberto Tut descreve que “como elementos do escudo temos primeiramente o rio e o peixe Jaú, como símbolo toponímico, constituindo assim figuras heráldicas parlantes do nome da cidade”.
Pelas fontes escritas mais comuns e dignas de credibilidade o nome da cidade foi dado por causa do rio que aqui passava chamado Jahu. E o rio por sua vez recebeu esse nome pelo peixe que ali se pescava em abundância, o peixe Jahu. O peixe deu nome ao rio que deu nome a cidade. E o índio Ya-hu?
Existe outra versão mais recente sobre a origem do peixe Jaú e por tabela a origem do nome da cidade. Foram encontrados manuscritos na Biblioteca de Campinas entre 1890 e 1912 por Benedito Agrando Bastos sobre a origem do peixe Jaú, o relato diz que um jovem guerreiro Kaingangue não aceitando uma troca de “cunhas” entre seu pai e o chefe coroado (Kaingangue e coroados são a mesma coisa) por causa do amor a uma jovem índia, revoltou-se e reagiu. A troca era o selo de um acordo de paz. O jovem perseguiu os coroados até próximo a Serra de São Pedro, onde, sozinho, os encurralou e lhes fez guerra, causando muitas baixas. Mas mortalmente ferido, retrocedeu. Cercado pelo inimigo e vendo que não tinha mais espaço para a fuga e para que seu corpo não servisse de troféu, o jovem guerreiro atira-se num ribeirão, de onde surgiu mais tarde, transformado em um bagre que recebeu o nome de Jaú.
Esta historia explica a origem do peixe Jahu que segundo a lenda antes era um guerreiro cujo nome significa “o corpo do filho rebelde”. No museu de Jahu esta escrito que Ya-hu “o comilão”, nome dado pelos mesmos indígenas (?).


No site da prefeitura no final assim se informa:


A Lenda

O nome Jaú vem do tempo das monções e tem ampla significação na língua Tupi-Guarani-Kaingangue. Ya-hu quer dizer peixe guloso, comedor, um grande bagre comedor... Mas também pode significar "o corpo do filho rebelde" segundo conta a lenda do peixe Jaú.

Ya-hu era um jovem guerreiro Kaingangue que não aceitou uma troca de cunhas entre seu pai e o chefe da tribo dos Coroados, a qual selava um acordo de paz.

Por causa de uma das moças, talvez a amada, o Ya-hu revoltou-se contra o pai e reagiu. Perseguiu os Coroados até próximo a Serra de São Paulo, onde encurralou e fez guerra, causando muitas mortes. Porém, bastante ferido, o jovem guerreiro volta para casa, mas desta vez foi seguido pelos Coroados.

Durante a caminhada acabou atingido duas vezes. Por fim, cercado pelo inimigo, e vendo que não tinha mais espaço para fuga, para que seu corpo não fosse comido e para que sua cabeça não fosse cortada e erguida como troféu, o jovem guerreiro Kaingangue preferiu afogar-se num ribeirão, de onde ressurgiu mais tarde, transformado em peixe.

Esse nome, dado pelo chefe Kaigangue e que mais tarde passou ao rio e ao Município, significa o corpo do filho rebelde, justamente porque o referido peixe mostrava no dorso uma mancha irregular na cor vermelha, iguais as que usava o jovem guerreiro, que jamais voltou de sua guerra contra os Coroados.


É por isso que hoje vemos diversas versões sobre a origem do nome da cidade, como esta publicada por uma empresa jauense:

A origem do nome Jaú: A lenda do peixe que deu nome à Cidade
14/11/2009
Por BioNews Online



Você sabe que Jaú tem esse nome por causa do peixe. Mas você sabe por que o peixe se chama Jaú?

Diz a lenda: O nome Jaú vem do tempo das monções e tem amplo significado na língua Tupi - Guarani - Kaingangue. Ya-hu quer dizer “peixe guloso”, comedor, um grande bagre comedor. Mas também pode significar "o corpo do filho rebelde" segundo conta a lenda do peixe Jaú. 



Ya-hu era um jovem guerreiro Kaingangue que não aceitou uma troca de cunhas para selar um acordo de paz entre seu pai e o chefe da tribo dos Coroados. Por causa de uma das mo-ças, talvez a amada, o Ya-hu revoltou-se contra o pai, e reagiu, perseguiu os Coroados até próximo a serra de São Paulo, onde os encurralou e fez guerra, causando muitas mortes. 



Porém, bastante ferido, o jovem guerreiro tentou voltar para casa, mas desta vez foi seguido pelos Coroados. Durante a caminhada acabou atingido duas vezes. Por fim, cercado pelo inimigo e vendo que não tinha mais espaço para fuga, para que seu corpo não fosse co-mido e para que sua cabeça não fosse cortada e erguida como troféu, o jovem guerreiro Kaingangue preferiu afogar-se num ribeirão, de onde ressurgiu mais tarde, transformado em peixe. 



O nome Ya-hu, dado pelo chefe Kai-gangue ao seu filho e que mais tarde passou ao rio e ao Município, significa “o corpo do filho rebelde”. A lenda se justifica porque o peixe mostra no dorso uma mancha irregular de cor vermelha, igual a usada pelo jovem guerreiro, que jamais voltou de sua guerra contra os Coroados. 



Curiosidade: Lembrando que no espanhol latino, como em outros dialetos, o “Y” tem som de “J”, por exemplo: Yo, que quer dizer 'eu', se pronuncia “Jo”. Imagina-se que o nome do Ya-hu, deveria se pronunciado “Ja-hu”, o que de fato originou o primeiro nome do nosso povoado: “Jahu”.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Sexta feira 13 - janeiro de 2012 - Primeiro passeio de Arte Cemiterial do ano em Jahu reúne aproximadamente 200 pessoas.

No primeiro passeio de Arte Cemiterial do ano,   uma linda e espetacular noite de lua cheia, numa sexta feira 13 de janeiro de 2012 (a primeira do calendário) abrilhantou naturalmente o evento cultural. Compareceram em torno de 200 pessoas entre crianças, jovens e adultos. Os passeios de Arte Cemiterial são realizados desde julho de 2010 e tem sido um grande atrativo para entretenimento da população jauense e regional.  A Arte Cemiterial de Jahu é uma promoção da Secretaria de Cultura e Turismo de Jahu, tendo a frente da pasta a secretaria Jaci Toffano. No Cemitério Municipal Ana Rosa de Paula temos como colaborador e parceiro vital, o diretor Messias Alves dos Santos e sua equipe, sempre fornecendo o suporte necessário sem o qual esse projeto não seria realizado. 


Vejam também o primeiro Sarau Arte Cemiterial de Jahu realizado no dia 02 de dezembro de 2011 com apresentação da pianista Jaci Toffano e do grupo teatral Geração Resgate.


Para quem deseja saber o que abordamos nos passeios, assistam esta matéria produzida pela TV Câmara de Jahu:


Sugestões, criticas e comentários por favor enviem e-mail para

julio_polli@hotmail.com